segunda-feira, 11 de abril de 2011

As motivações do Coração

Texto: Jeremias 17:9
" Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá"?

Falar sobre as motivações do coração é tentar explicar as razões das ações humanas em todos os seus aspectos. Entretanto, gostaríamos de mencionar aqui os motivos que socialmente são reprovados, mas que requer que façamos perguntas, tais como: Por que? O que leva alguém agir assim? Não poderia ser diferente? Esses e outros questionamentos invadem a nossa subjetividade e muitas das vezes ficamos sem respostas.
Tem ocorrido uma série de crimes que tem tomado de assalto até mesmo pessoas que receberam treinamento para lidar com tais situações. Crime, aparentemente cometido por motivos fúteis, escondem histórias de vidas sofridas, violações de diversas naturezas, aparentemente com pouca ou nenhuma explicação. O que tem motivado tais ações? nos perguntamos.
Temos nos deparado com vários comportamentos reprovados na coletividade de humanos, como as personalidades sociopáticas, pedófilas, entre outros comportamentos como o adultério, a prostituição, homicídio, roubo, furto, vício, etc., que algumas ciências que lidam com o psiquismo humano  têm aprofundado, ao que parece, na tentativa de explicar as motivações que estão por detrás de tais ações. Se tudo for resumido em uma só palavra como “pecado”, vale dizer que esse resumo apesar de ser simplista consegue ainda ser simplório não satisfazendo hoje em dia, por ser uma categoria muito empobrecida de valor. Essa tem sido a tendência de muitos religiosos, evangélicos entre outros, em julgar, as ações cometidas, de reprovação social, como uma questão tão somente ramartológica (pecaminosa), conquanto, uma vez diagnosticado a etiologia do comportamento, se endógena ou exógena, se estrutural ou não estrutural, não isenta o individuo de suas responsabilidades sociais e espirituais. Contudo, quando nos interessamos em nos vermos e nos internalizarmos, perceberemos que quase todos os qualificativos acima mencionados estão muito presentes a nós, em menor ou maior intensidade, de maneira velada , camuflada. Poderíamos lançar mão das escrituras para exemplificar um caso de homicídio sem morte física. “aquele que odeia o seu irmão é homicida como Caim”. Aqui está a subjetividade do crime! Este exemplo de visão tão somente nos mostrar a dificuldade que temos em nos relacionarmos com nós mesmos, ao que tange direcionar os nossos olhares para dentro e vermos o quanto temos sido criminosos-homicidas. Assim também, como em outras áreas de desejos da nossa subjetividade, reprimidos que não tem a mesma dimensão de um crime, mas muitas das vezes nos negamos por questão meramente conceitual e de convenções.
Observemos então que é na esfera dos sentimentos e dos desejos  que está a nossa verdade, a nossa realidade. Como não aparece,ou seja, na sua maioria subjetivos,  somos tendenciosos a julgar, emitir juízo de valor a fatos ocorridos e reprovados por sentimentos que mascara a nossa existência neste grande circo social que vivemos.  E convivem simultaneamente nesse circo, o eu real e o eu ideal, com suas motivações às vezes não tão nobres como pensamos. Contudo, não podemos aqui negar o valor do poder judiciário em condenar os crimes praticados, razão porque, ficaria muito difícil viver em sociedade. Todavia, o queremos aqui considerar são as motivações do coração, evidenciando que não somos diferentes, contudo, habitados por realidades que conhecemos e desconhecemos e muito presente a nós. O homem é  um albergue, habitado por várias pessoas vindas de tudo quanto é lugar. Somos uma pluralidade a representar papéis diferentes, razão porque não somos uno, mas a encarnação de vários psiquismos teatral. Neste teatro somente representamos, talvez porque a vida seja viver várias peças teatrais. O nosso interior é o script de uma peça. O apóstolo Paulo percebeu que não estava só, ao dizer que o mal que ele fazia não queria fazer. Freud sugeriu três: id, superego e ego. No livro o médico e o monstro o Dr. Jeckill é o médico bondoso e o Mr. Hide, o monstro. Ambos morando num mesmo lugar. Fernando Pessoa desalojou de dentro dele mais de vinte pessoas(personagens), o endemoniado disse que era uma legião, ou seja, seis mil pessoas. Interessante nisso tudo, que o corpo não fiscaliza as credenciais dos pretendentes ao albergue, pelo contrário, aceita a todos. Um bom analista, poderá ajudar a você fazer um inventário dos habitantes que residem no seu albergue, o que lhe trará uma percepção melhor sobre as confusões no seu corpo. Jesus é o mais indicado, pois é o maior deles.
Parece que diante do exposto devemos ser mais sensíveis para com as motivações do coração, pois este tem razão que a própria razão desconhece, como já dizia Blaise Pascal. Assim como nas outras pessoas, também em nós temos uma família grandiosa vivendo no nosso alojamento subjetivo, várias entidades e identidades diferentes. Logo, devemos evitar fazer qualquer julgamento, pois não temos condições de julgar quem quer que seja, tendo a pessoa feito o que seja, (Jesus e a mulher pega em adultério) pois com a mesma medida que julgamos seremos julgados, pois nada há no nosso julgamento que nos diferencia do próximo, pelo contrário, só nos evidencia declarando que somos iguais não havendo nada de diferente, a única diferença que uns objetivam os seus atos e outros camuflam, ficando na esfera do desejo se amargurando pela não realização. E dependendo do que seja, até somatizam em virtude das interdições, da tradição, da formação religiosa, dos princípios normativos rígidos familiar. As motivações do coração nascem em algum lugar ou situações.
Mas pastor, quer dizer que sou assim, resultado de vários construtos e situações, não tem solução para a minha vida, ou problema? Claro que tem! Jesus  disse:  “E conhecerei a verdade e a verdade vos libertará”. A verdade sobre suas origens, espiritual e humana. Nosce te ipsum, “Conhece-te a ti mesmo”. (Socrátes). Houve um tempo que a igreja atribuía ao espiritual, ou a satanás toda forma de desvio. Cometeu muitos erros; A própria medicina com tratamentos terríveis. Isso equivale dizer que é preciso se conhecer(...) e conhecer as causas de nossas ações e reações. Então  e o pecado que é tão combatido pela igreja? Esse é a causa primaria da corrupção de toda criação. A natureza em toda sua extensão ficou acometida desse mal. A natureza física moral e espiritual do homem também foi afetada. A física ocasionando toda sorte de enfermidades e também a morte. E a espiritual separando o homem de Deus, e finalmente a morte espiritual, condenando o homem a inferno. Seja qual for a etiologia do mal, a causa, Jesus tem poder para libertar e salvar você. Seja libertação através da palavra, do conhecimento acerca de si mesmo e assim proporcionando forças para vencer, ou da condenação do pecado. Para tanto é preciso crer e entregar o coração e suas motivações em suas mãos.

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